Qualquer cidadão brasileiro sabe que falta dinheiro para o Governo Federal aplicar em todas as áreas, principalmente nas sociais. No atual modelo de gestão pública, os recursos já estão comprometidos, sobrando muito pouco para investimento. Portanto, cada centavo gasto deve seguir a orientação da economicidade, moralidade, eficiência e probidade administrativa, entre outros. O cobertor é curto e não dá para despir um santo e cobrir outro.

É preciso estabelecer prioridades do gasto público, por isso não faz muito sentido, por exemplo, quase triplicar os gastos do Fundo Eleitoral, criado em 2017, para financiar a campanha dos candidatos. Atualmente, o valor é de R$ 1.3 bilhão, mas o Congresso Nacional quer passar para R$ 3,7 bilhões.

Esse valor é equivalente a 26% do que já foi gasto este ano em Atenção Básica da Saúde. Ou 37% dos recursos repassados ao Ensino Básico no país. E mais ainda: 13% de todo o investimento do Governo Federal previsto para 2019. Isso sem falar que no orçamento do ano que vem há previsão de um rombo de R$ 124 bilhões!!

Então, vamos priorizar qual destinação destes recursos? Para a radiodifusão de Santa Catarina não resta dúvidas. O Brasil precisa de mais Saúde, Educação e investimentos. O financiamento de campanha não pode onerar ainda mais o combalido caixa da União. Não pode faltar dinheiro para áreas essenciais e sobrar para fazer campanha eleitoral. A classe política necessita agregar outras formas de financiar candidatos e partidos.

Ainda dá tempo de impedir a iniciativa, já que o aumento dos recursos do Fundo Eleitoral será apreciado em plenário. Esperamos que a maioria dos parlamentares, especialmente os de Santa Catarina, rejeite a proposta. Vários, inclusive, já se manifestaram pela rejeição. Esse é o novo olhar da política brasileira, mais consciente e conectado com a realidade do país e de seu povo. Afinal, a prioridade será sempre o Brasil.

Marcello Corrêa Petrelli, presidente da Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão (Acaert)